quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Em blog, Dirceu diz que regulação da mídia é prioridade do PT em 2013

 

ESTADÃO

 

Segundo ex-ministro, reforma política e 'desconstrução da farsa do mensalão' também estarão no foco do partido

05 de novembro de 2012 |

Guilherme Waltenberg, da Agência Estado

SÃO PAULO - O ex-ministro José Dirceu, condenado por corrupção ativa no julgamento do mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta segunda-feira, 5, em seu blog, a regulamentação da mídia no Brasil como uma das três prioridades do PT para 2013, ao lado da reforma política e da "desconstrução da farsa do mensalão". Dirceu citou entrevista coletiva concedida na última quarta-feira, 31, pelo presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, a correspondentes de jornais estrangeiros no Brasil, com a defesa dessa bandeira.

Veja também:
link Instituto Lula vira central de comando para petistas
link Dilma projeta parcerias com Haddad para renovar discurso petista em 2014
link Renovação toma pauta dos tucanos após eleição
link Curta nossa página no Facebook

"O partido faz muito bem em eleger esta regulação como uma das principais metas a serem conquistadas em 2013, ao lado da reforma política tão imprescindível ao País e da luta para desconstituir a farsa do mensalão", avaliou o petista que, em seguida, elogiou Falcão por ter apresentado o plano primeiramente aos correspondentes. "É bom que o Rui tenha falado a correspondentes estrangeiros, porque sabemos que a mídia nacional fará de tudo para ignorar a questão da regulamentação. À exceção dos momentos em que virá com o noticiário enviesado de sempre, para dizer que regulamentação é censura e ameaça à liberdade de imprensa", afirmou o ex-ministro no blog.

Dirceu apresentou ainda a estratégia do partido para levar a cabo a regulamentação: "O partido vai se posicionar, defender, tomar iniciativas, ocupar todas as tribunas que lhe forem possíveis, manter o assunto em evidência e priorizá-lo", explicou. Ele deixou claro, porém, que a regulamentação "depende do Congresso, e não do partido".

Dirceu recorreu a uma fala de Falcão para explicar o porquê que a regulamentação da mídia não é censura. "Rui insistiu que a regulamentação defendida pelo partido não tem nada a ver com censura como a grande e velha mídia costuma e vai querer continuar confundindo. ''Não é censura, nada a ver. É ampliar a liberdade de expressão, não restringi-la''", concluiu Dirceu em seu blog.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Valério cita Lula e Palocci em novo depoimento ao MPF sobre o mensalão

 

ESTADÃO

Atualizado: 01/11/2012 02:05 | Por estadao.com.br

Empresário condenado como o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento ao Ministério...

 

Valério cita Lula e Palocci em novo depoimento ao MPF sobre o mensalão

Dida Sampaio/AE

"Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo"

Empresário condenado como o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento ao Ministério Público Federal no fim de setembro. Espontaneamente, marcou uma audiência com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Fez relatos novos e afirmou que, se for incluído no programa de proteção à testemunha - o que o livraria da cadeia -, poderá dar mais detalhes das acusações.

Dias depois do novo depoimento, Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo Tribunal Federal. O depoimento é mantido sob sigilo. Segundo investigadores, há menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci e a outras remessas de recursos para o exterior além da julgada pelo Supremo no mensalão - o tribunal analisou o caso do dinheiro enviado a Duda Mendonça em Miami e acabou absolvendo o publicitário.

Ainda no recente depoimento à Procuradoria, Valério disse já ter sido ameaçado de morte e falou sobre um assunto com o qual parecia não ter intimidade: o assassinato em 2002 do então prefeito de Santo André, Celso Daniel.

A "troca" proposta pelo empresário mineiro, se concretizada, poderá livrá-lo da prisão porque as testemunhas incluídas no programa de proteção acabam mudando de nome e passam a viver em local sigiloso tentando ter uma vida normal. No caso da condenação do mensalão, Valério será punido com regime fechado de detenção. A pena ultrapassou 40 anos - o tempo da punição ainda poderá sofrer alterações no processo de dosimetria. O empresário ainda responde a pelo menos outras dez ações criminais, entre elas a do mensalão mineiro.

Ressalvas. Os detalhes do depoimento, assinado por Valério e pelo criminalista Marcelo Leonardo, seu advogado, são tratados com reserva pelo Ministério Público. O empresário sempre foi visto por procuradores da República como um "jogador". Anteriormente, chegou a propor um acordo de delação perante o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza - autor da denúncia contra o mensalão -, mas, sem apresentar novidades, o pedido foi recusado.

O novo depoimento pode ser, na avaliação de procuradores, mais uma manobra estratégica a fim de ele tentar se livrar da severa punição imposta pelo STF.

Por isso, as informações e novas acusações estão sob segredo.

O Ministério Público analisará se abre ou não novo processo para investigar a veracidade dos dados. Gurgel ainda avalia se aceita ou não incluir Valério no programa de proteção a testemunhas.

O advogado de Valério não quis comentar o assunto num primeiro momento. Depois, disse: "Se essa matéria for publicada e o meu cliente for assassinado terei que dizer que ele foi assassinado por causa dessa matéria. Não tenho outra opção".

O envio do fax ao STF com o pedido de proteção foi confirmado na terça-feira passada, pelo presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto. "Chegou um fax. Não posso dizer o conteúdo porque está sob sigilo."

O pedido foi destinado ao gabinete do relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, e encaminhado para análise da Procuradoria-Geral.

Os novos relatos feitos por Valério não terão efeito imediato na ação do mensalão. As penas continuarão a ser aplicadas. Eventualmente, caso haja um acordo de delação premiada num novo processo, o cumprimento da pena pode ser revisto e até diminuído, a depender da Justiça.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...