segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mensalão: ministros indicados por Lula e Dilma viram algozes do PT

 

BLOG DO MESQUITA

AGO, 20

José Mesquita

20 de agosto de 2012 às 07:18

Entendo que os ministros não são “algozes” nem bondosos ou benevolentes: são aplicadores da justiça.

Muito menos entendo os que querem transformar o julgamento do mensalão em um Fla/Flu. O que se espera é que um juiz se comporte com isenção, imparcialidade, sem compromissos pessoais, políticos ou partidários.

É no mínimo falta de percepção do que é o papel de um juiz, passar para a população menos atenta que um ministro do STF, por ter sido indicado por um determinado presidente – sempre é bom lembrar que quem aprova a indicação é o Senado – possa atuar como preposto daquele.

José Mesquita – Editor



Apesar de ter indicado 8 dos 11 ministros do Supremo – seis por Lula e dois por Dilma – o governo comandado pelo PT não tem a menor idéia do resultado do julgamento do mensalão – uma sentença que pode deixar marcas indeléveis na história do partido e de seus líderes.

Aliás, é justamente um dos indicados por Lula o principal algoz dos petistas e demais envolvidos: o relator Joaquim Barbosa, o primeiro negro a chegar à mais alta corte do país e que em novembro assume a presidência do STF.

Entre as poucas certezas que o PT e o governo alimentam neste julgamento é do voto pela condenação, que virá de Joaquim Barbosa. Só não se sabe qual o tamanho das penas que o ministro proporá para alguns dos nomes graúdos do esquema.

Apesar de ter indicado, além de Barbosa, Peluso, Ayres Britto, Carmem Lúcia, Lewandovski e Toffoli- Lula não faz a menor idéia de como votarão; assim como Dilma, que indicou Rosa Weber e Luiz Fux e logo indicará mais dois, com as aposentadorias compulsórias de Peluso e Britto dentro de poucos dias.

O PT seguirá com 8 ministros no STF, mas sem qualquer garantia de proteção pela maioria deles.

Os outros três ministros não pertencem ao bloco de indicações petistas: Gilmar Mendes chegou ao STF por escolha de Fernando Henrique, Marco Aurélio, pela de Collor, e Celso de Mello foi indicado por Sarney.

Com tantas cabeças diferentes e temperamentos variados, alguns mercuriais, o STF se tornou uma incógnita, especialmente quanto ao que esperar deste julgamento.

A tendência entre a maior parte dos ministros é cortar o cordão umbilical com o patrono de sua indicação após cruzar os pilares da corte.

Desta vez, o resultado oscila entre garantir um atestado de inocência a atores nada imaculados da política, e a condenação, que pode ser cabal, parcial ou praticamente só simbólica.

O voto de cada ministro será analisado e a crítica, dosada de acordo com o bom senso de cada um. E a sabedoria popular é infinita.

blog da Christina Lemos

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