sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Procurador-geral confirmará esquema do mensalão no 2º dia de julgamento. Roberto Gurgel terá até cinco horas para apresentar suas considerações; ele pedirá a condenação de 36 dos 38 réus no processo

 

VEJA

03/08/2012 - 07:31

Mensalão

Gabriel Castro

O procurador geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Roberto Gurgel

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel (Elza Fiúza/ABr)

O segundo dia de julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será marcado nesta sexta-feira pela leitura da acusação a cargo do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele terá até cinco horas para sustentar que os réus do processo merecem ser condenados. 

Gurgel pedirá a absolvição de dois dos 38 réus. O primeiro é Luiz Gushiken, ex-ministro de Comunicação do governo Lula, acusado de ter pressionado um diretor do Banco do Brasil a liberar um empréstimo milionário ao esquema de corrupção. Em suas alegações finais, o Ministério Público alegará falta de provas contra o petista. O mesmo vale para Antonio Lamas, ex-assessor do extinto PL (hoje PR).

O voto de Gurgel não trará grandes novidades: confirmará a existência de um esquema capitaneado pelo PT e operado pelo publicitário Marcos Valério com o objetivo de abastecer financeiramente partidos aliados.

Leia também: entenda o escândalo do mensalão

Depois da etapa desta sexta-feira, o STF inciará a exaustiva sequência de sustentações orais dos advogados. Na segunda-feira, devem ocupar a tribuna os defensores de José Dirceu, José Genoino, Marcos Valério, Delúbio Soares e Ramon Hollerbach. (Continue lendo o texto)


Diário do julgamento

Acompanhe abaixo, dia a dia, as imagens, as frases, os comentários e as decisões que marcarão o julgamento dos 38 réus do processo.

Toffoli - Nesta quinta-feira, havia expectativa que Gurgel pedisse o impedimento do ministro José Dias Toffoli, que construiu sua carreira sob a sombra do PT e é namorado de uma advogada que defendeu réus no processo do mensalão. Mas o procurador, entretanto, indica que não vai tomar essa atitude - e por razões pragmáticas. "Foi precisamente isso: na medida em que eu fizesse essa arguição, nós teríamos de imediato a suspensão do julgamento. Dessa suspensão poderia decorrer até a inviabilização de que esse julgamento acontecesse num horizonte de tempo razoável. Não poderia esquecer que estamos em ano de eleição", disse ele, após a sessão desta quinta-feira.

Embora tecnicamente Toffoli ainda possa se declarar impedido de participar do julgamento, ontem ele deixou claro suas pretensões de seguir até o final. “O voto que preparei sobre esse caso (mensalão) inclui a análise dessa preliminar (sobre desmembramento)”, disse o ministro.

Tensão - No primeiro dia de julgamento do mensalão, o STF gastou a maior parte do tempo discutindo uma questão de ordem apresentada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos: ele queria que apenas os três réus que são deputados federais fossem julgados pelo Supremo. Os outros 35 veriam seus processos retroceder à primeira instância, o que ajudaria personagens como José Dirceu, Marcos Valério. A manobra, rejeitada pela Corte, gerou um longo debate, protagonizado pelos ministros Joaquim Barbosa, relator do processo, e Ricardo Lewandowski, o revisor.

Foi a discussão sobre a questão de ordem que empurrou para sexta-feira a apresentação do relatório de Gurgel.

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